Parte IV: Série Café e Folclore Caipira — O caipira e o café
O caipira aparece nas regiões onde ocorreram incursões bandeirantes, com presença mais forte em São Paulo. No século 19, quando a cafeicultura era caracterizada pela grande propriedade escravista, ele era o elemento nacional, livre, geralmente nômade e que vivia do seu próprio trabalho na terra.
Habitava principalmente os sertões, posseiro de terras “sem dono” nos limites da fronteira do café até que a grande lavoura o alcançava, e o impelia mais à frente. Quando não migrava, passava a viver com sua família entre fazendas como pequeno sitiante, como agregado ou camarada nas terras alheias, comercializando excedentes e realizando serviços para os cafeicultores, como a secagem do café, ou a derrubada da mata para a instalação do cafezal.
Em menor escala, atuou como colono ao lado de imigrantes e de ex escravos libertos e seus descendentes. Apesar de não ser tão lembrado quanto os grandes fazendeiros, trabalhadores escravizados ou imigrantes, o caipira foi parte da expansão e consolidação da cafeicultura paulista, e agente de uma rica cultura rural.