Parte VII: Série Epidemias em Santos — Vento Noroeste
Tenho uma pergunta para os nossos leitores santistas: quem aqui conhece aquele vento abafado de verão? Aquele que, quando bate, reconhecemos na hora e falamos “ih, olha o Noroeste aí!”. O vento noroeste tem lugar cativo na memória de qualquer um que já tenha vivido na cidade. É um vento característico, em geral quente e que é anúncio quase certo de chuva.
Esse vento já fazia parte do vocabulário dos caiçaras. Esses “caboclos do mar” entendiam que a sua incidência era mau sinal de pescaria, visto que fazia afastar os peixes da costa. Agora, você sabia que esse vento já foi muito temido na época que as epidemias de febre amarela reinavam na cidade?
Até o fim do século XIX não se sabia exatamente o que causavam as terríveis febres, e uma das principais teorias era a de Santos enquanto espaço infeccioso. Era a ideia de que os pântanos, o calor, o ar, influenciavam na saúde das pessoas e causavam uma série de doenças.
Esse vento abafado e úmido era, portanto, o extremo oposto que se entendia por um “bom ar” e muito temido pelos habitantes da região.
E hoje? O que você pensa quando bate o “noroeste”?