Parte X: Série Arquitetura do Café — Palacete Pedro dos Santos (Bolsa Oficial de Café)
Dando continuidade a postagem anterior, onde falamos do palacete Pedro Santos, trazemos pela primeira vez fotos de ambientes internos de um edifício. O motivo é muito especial: você sabia que a Bolsa Oficial de Café nem sempre funcionou no edifício onde hoje se encontra o Museu do Café? Desde 1917, ano do início de seu funcionamento, até 1922 quando foi transferida para sua sede própria, as atividades de pregões, classificação e secretariado da Bolsa funcionavam em uma das salas térreas do palacete.
Apesar de ser considerado um dos edifícios mais importantes de Santos no período, não foi considerado o local ideal para abrigar os trabalhos da Bolsa. A locação não estaria a “altura” da importância da instituição, devido a reclamações por conta do pequeno local para pregões, visto que o crescente número de corretores e grande volume de negócios faziam com que fosse feita uma subscrição na Praça para a construção de uma sede própria.
Por apresentar planta tipo para atender a diversas atividades comerciais e de serviço, a ampliação espacial era impossível, sendo o funcionamento limitado ao tamanho das salas ofertados sem adaptação para o uso que só era possível utilizando-se do recurso de instalação de mobiliário.
Devido a forte imigração de pessoas com experiência na construção de mobiliário, além da inauguração do Liceu de Artes e Ofícios onde muitos desses artífices seriam absorvidos como professores, pequenas empresas voltadas para este setor surgiriam a partir de 1890. Ainda mantendo a influência de estilos europeus, o material protagonista era a madeira com a utilização de técnicas antigas, aliadas a novas tecnologias como no caso do método Thonet.
O mobiliário presente nesse período inicial da Bolsa é produto dessas pequenas empresas, voltadas a produção de um mobiliário mais corporativo e funcional, como é o caso de bancos e escritórios. Também são utilizados elementos como divisórias e guarda-corpos para delimitar espaços com singelas ornamentações, mas tendo como foco a funcionalidade e não a excelência estética.